sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Verso, estrofe e outros elementos do poema

   

     Cada linha poética chama-se verso. O conjunto de versos forma uma estrofe. Esse poema de Camões é um soneto, a forma física de poesia mais conhecida, formada por quatro estrofes: dois quartetos e dois tercetos, totalizando quatorze versos.
     Além do número de versos e estrofes, há outros elementos formais que podem constituir o poema: métrica (medida dos versos), ritmo (alternância de sílabas quanto à intensidade) e rima (semelhança de sons nas palavras, que aparecem no final dos versos e, raramente, no meio).
     A disposição de rimas no poema pode variar. No soneto de Camões, por exemplo, encontram-se duas disposições:

- "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, (a)
    muda-se o ser, muda-se a confiança; (b)
    todo mundo é composto de mudança (b)
    tomando sempre novas qualidades." (a)


- "O tempo cobre o chão de verde manto, (a)
   que já coberto foi de neve fria, (b)
   e, em mim, converte em choro o doce canto." (a)

     Os elementos formais podem variar. Os poemas podem ser escritos com ou sem rima, com ou sem métrica. Os versos que não são metrificados (ou seja, têm tamanhos diferentes) são versos livres, e os versos soltos, sem rima entre si, são chamados versos brancos.




Fonte: livro Oficina de Redação - Editora Moderna.

           





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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Texto literário e texto não-literário

     Os dois textos a seguir desenvolvem conteúdos semelhantes. Em ambos é estabelecida uma reflexão sobre criar e mentir. Apesar de o assunto ser parecido, os autores apresentam abordagem, forma e linguagem diferentes.
     Leia estes textos, observando a linguagem:

Texto 1



Texto 2




     O texto 1 é informativo, com dados precisos e objetivos. O autor apresenta datas, cita alguns escritores que criaram histórias fantásticas e personagens como Macunaíma.
     A linguagem desse texto é denotativa, objetiva, direta e impessoal, não há exploração de imagens ou figuras de linguagem. Portanto, trata-se de um texto não-literário.
     No texto 2, o eu lírico nega ser um mentiroso ao escrever e explica que seus versos nascem de sua imaginação e não do coração. Ele compara sua vida a um "terraço". Debaixo desse terraço, caminham seus pensamentos, sua imaginação, fluindo sua inspiração de poeta. Cabe ao leitor a sensibilidade de usufruir dessa criação.
     Nesse texto literário, a linguagem é conotativa, subjetiva e repleta de significados, com o uso de figuras de linguagem e o emprego de rimas, que dão ao texto um ritmo melódico. Entretanto, não se deve pensar que o texto literário somente é escrito em versos com rimas. Um texto é literário se a sua linguagem apresenta sentidos ou conotações incomuns, que possibilitam múltiplas interpretações, opondo-se à linguagem informativa ou referencial.


RESUMO:

Texto não-literário
É aquele que apresenta uma linguagem com sentido denotativo. As palavras não assumem tantos significados como no texto literário. Os fatos fazem parte da realidade e são apresentados de forma objetiva.

Texto literário
É aquele que apresenta uma linguagem com sentido conotativo. Os fatos têm caráter ficcional, ou seja, não fazem parte da realidade e são apresentados de forma subjetiva.



Fonte: livro Oficina de Redação - Editora Moderna.
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